O repertório de Habilidades Sociais é importante para as relações e aprendizagem do indivíduo. Através delas é construído o repertório comportamental social, estabelecimento de crenças, valores a respeito de si e do mundo. As Habilidades Sociais são descritas por Del Prette & Del Prette (2013) a partir de estudos fundamentados desde os anos 80, como um conjunto de habilidades necessárias para se desenvolver e se relacionar. Descrevem 7 subclasses dessas habilidades: 1. Autocontrole e expressividade emocional; 2. Civilidade; 3. Empatia; 4. Assertividade; 5. Fazer amizades; 6. Solução de Problemas Interpessoais e 7. Habilidades sociais acadêmicas.
Autocontrole e expressividade emocional são características necessárias para o desenvolvimento social humano, pois elas regulam as reações emocionais e como será expresso ao meio externo o que sentimos. O desenvolvimento dessas habilidades precisa de autoconhecimento: compreender suas emoções, seus gatilhos emocionais e como se relacionar com elas. Deste modo, saberá seus limites, expor de forma eficaz sua opinião e anseios, favorecendo seu ajuste comportamental e podendo evitar sofrimento e desajuste social.
Civilidade, Habilidades acadêmicas e Empatia estão também ligadas aos padrões sociais necessários para viver em sociedade. Diz respeito daquilo que a cultura espera do indivíduo: saber agradecer, elogiar, aguardar sua vez, seguir regras, pedir licença, ouvir, ser caridoso e acolher as diferenças se colocando no lugar do outro. Ser reconhecido a partir de comportamentos desejáveis ou indesejáveis pode estabelecer padrões comportamentais sociais. Deste modo tais questões, aprendidas no seio social (família e escola), podem ser também repertórios aprendidos em terapia e cruciais para o relacionamento interpessoal.
A assertividade diz respeito a habilidade de expressar opinião. O que não gosta, o que não quer, defender-se, falar sobre suas qualidades e defeitos e saber se posicionar diante de alternativas e situações. A assertividade é crucial para a formação de adultos mais conscientes e responsáveis por suas atitudes. Padrões passivos ou agressivos se intimidam ou intimidam o meio, o que dificulta trocas, já a assertividade favorece esse entrelaçamento social, o que envolve o quinto quesito, fazer amizades. Os amigos se aproximam a partir daquilo que esse contato representa. Se trouxer medo ou repressão, se afastam. Se houver demonstração de pouco interesse, o mesmo ocorre. Portanto, padrão assertivo facilita as relações de amizade, verdadeiras e leais.
Essa ampla gama de habilidades a serem desenvolvidas pelo indivíduo podem levar a vida toda, e o aprendizado é constante, e o processo terapêutico pode auxiliar. Aprimorando tais habilidades e fomentando que o indivíduo estimulado possa desenvolver da melhor maneira possível suas habilidades sociais.
Autor(a): Natália Amaral – Psicóloga e Especialista em análise do comportamento ABA
Fonte: Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2005). Psicologia das habilidades sociais na infância: teoria e prática. Petrópolis,RJ: Vozes.
