Qual o papel dos pais na Intervenção ABA?
Certa vez, li uma frase da qual gosto muito e que quero compartilhar com vocês: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.”
Esse provérbio africano veio imediatamente à minha mente quando recebi a proposta de escrever este texto. Isso porque o trabalho na Intervenção ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é feito a muitas mãos — e essas mãos vão além da equipe multiprofissional. Fazem parte desse processo também os pais e cuidadores, que exercem um papel fundamental e poderoso na jornada de desenvolvimento da criança.
Embora saibamos que muitas crianças passam uma carga horária significativa na clínica, o tempo que elas permanecem com seus pais e cuidadores é ainda maior. São os pais que acompanham a criança em diversos contextos e ambientes nos quais ela está inserida: casa, escola, clínica e outros. Por isso, seu envolvimento ativo faz toda a diferença na efetividade da intervenção.
Dentro da abordagem ABA, existem várias atividades que podem ser desenvolvidas pelos pais e que são de grande importância para o progresso da criança. A seguir, compartilho algumas sugestões práticas:
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Aproveitar as oportunidades de aprendizagem sobre os conceitos da Análise do Comportamento Aplicada para melhor compreensão do processo terapêutico;
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Buscar feedbacks e participar de Orientações Parentais para se manter informado sobre o andamento das sessões;
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Oferecer contextos de generalização dos comportamentos aprendidos na clínica, reforçando-os em diferentes ambientes do dia a dia;
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Reforçar positivamente os comportamentos adequados emitidos pela criança, conforme trabalhado nas sessões;
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Sinalizar preferências e reforçadores atuais da criança à equipe multiprofissional, promovendo um ambiente mais eficaz e motivador;
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Comunicar à clínica quaisquer condições adversas que a criança esteja vivenciando, para que possamos adaptar e acolher da melhor forma possível;
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Facilitar a comunicação entre escola e clínica, compartilhando informações relevantes que contribuam para o sucesso da intervenção;
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Cuidar da própria saúde mental. Isso mesmo! O autocuidado ajuda o cuidador a enfrentar os desafios do cotidiano e permite que ele ofereça um suporte mais regulado e acolhedor à criança. Afinal, somos modelos para nossos filhos, e esse modelo precisa contribuir com o desenvolvimento de comportamentos funcionais e adaptativos.
Essas são apenas algumas das inúmeras práticas parentais que podem fortalecer o processo terapêutico e potencializar o desenvolvimento da criança. Consegue perceber, pai, mãe, cuidador, o quanto o seu papel é valioso e impactante?
Por isso, estamos aqui para caminhar ao seu lado, oferecendo suporte, orientação e acolhimento. Somos parceiros e corresponsáveis nesse lindo processo de transformação e crescimento dos seus filhos.
Contem conosco sempre que precisarem! Estamos aqui para ouvir, orientar e apoiar.
Com carinho,
Jaddh Yasmin Malta Cardoso de Azevedo
Supervisora Clínica – Unidade de Vitória