O que são comportamentos-barreira na Terapia ABA?

O que são comportamentos-barreira na Terapia ABA?

Na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), os comportamentos-barreira são aqueles que interferem diretamente no processo de aprendizagem e no desenvolvimento da criança. Eles podem impedir que a criança se envolva de forma produtiva nas sessões terapêuticas, dificultando a aquisição de novas habilidades.

Déficits e excessos comportamentais

Esses comportamentos podem se manifestar de duas formas:

  • Déficits comportamentais: quando a criança apresenta habilidades que ocorrem com pouca frequência, mesmo sendo essenciais para seu desenvolvimento;

  • Excessos comportamentais: quando certos comportamentos ocorrem com frequência excessiva, atrapalhando o aprendizado e a interação com o ambiente.

Exemplos comuns de comportamentos-barreira

A seguir, listamos alguns exemplos de comportamentos que costumam ser barreiras ao desenvolvimento e à aprendizagem:

  • Déficits em habilidades fundamentais, como:

    • Mando (solicitar o que deseja)

    • Tato (nomear objetos, pessoas ou ações)

    • Ecóico (repetição de sons ou palavras)

  • Comportamentos disruptivos, como:

    • Gritos, agressividade ou birras

  • Fuga de demandas: tentativas de evitar tarefas ou interações sociais

  • Autoestimulação intensa: quando interfere no engajamento com o terapeuta ou com o ambiente

  • Baixo contato visual ou pouca responsividade social

Esses comportamentos dificultam o engajamento da criança com o terapeuta, comprometem sua participação nas atividades e podem atrasar marcos importantes do desenvolvimento infantil.

Como a Terapia ABA atua sobre esses comportamentos?

A boa notícia é que a intervenção ABA é estruturada justamente para identificar e trabalhar com esses comportamentos-barreira. Por meio de avaliações individualizadas e acompanhamento contínuo, os terapeutas criam estratégias específicas para:

  • Ensinar habilidades funcionais que estão em falta;

  • Reduzir a frequência de comportamentos não adaptativos;

  • Promover mais autonomia, melhorar a comunicação e ampliar a qualidade de vida da criança e de sua família.

Considerar os comportamentos-barreira é essencial

Nenhum plano terapêutico dentro da ABA é completo se não considerar os comportamentos-barreira como prioridade. Eles devem ser avaliados, monitorados e ajustados constantemente, sempre alinhados aos objetivos terapêuticos.

Afinal, todo comportamento tem uma função — e compreendê-la é o primeiro passo para transformá-lo.

Isabela Mendes Luppi Goldner
Psicóloga – CRP 16/5631